Jefferson Piccini de Lima Silva
Marllon Borges Fonseca Ferreira
O objetivo do presente trabalho foi comparar a taxa de crescimento e a produção de biomassa de dois acessos de O. basilicum, tipos Anão e Cítrico, em vasos, em condições de estufa. O experimento foi realizado durante o período de 27 de setembro e 16 de novembro de 2007 na Estação Experimental de Biologia da Universidade de Brasília. Para tal, foi instalado um delineamento inteiramente casualizado, com dez repetições para cada acesso, utilizando duas plantas por vaso de 4 L com solo de cultura, totalizando vinte plantas por acesso. Foi mensurada semanalmente a altura e, ao final do ensaio, época da floração, a biomassa fresca. A floração de cada planta o que e deu aos 48 dias após a emergência para o acesso Cítrico e 62 dias para o acesso Anão. Os dois acessos mostraram sinais de boa adaptação em cultivo protegido em vasos. No acesso Anão houve 20% de falhas no “stand” o que não foi observado no acesso cítrico. O acesso Cítrico apresentou precocidade e maior produção de biomassa que o acesso Anão.
Os resultados do presente ensaio podem ser visualizados nas figuras 1 e 2 que apresentam as curvas: de crescimento e a variação da taxa média diária de crescimento dos dois acessos.
Figura 1. Curva de crescimento (cm) de dois acessos de O. basilicum cultivados em vasos, em estufa. As medições tiveram início no transplante e findaram com o pleno florescimento. A linha cheia identifica o acesso Cítrico e a linha interrompida identifica o acesso Anão.
Observando-se a curva de crescimento expressa na Figura 1, verifica-se que houve uma aceleração contínua do crescimento das plantas do tipo cítrico, enquanto anão manteve um ritmo aparentemente discreto de crescimento durante todo o período de observações.
Por volta da sexta semana no acesso cítrico, com as plantas já em pleno florescimento, observa-se uma tendência de desaceleração do crescimento, ocasião em que uma das duas plantas do vaso foi cortada para verificação da biomassa da parte aérea. O acesso anão mais tardio permitiu mais duas semanas de observações.
O coeficiente de variação da ultima medição da altura do acesso Anão foi de 22,78 %, o que indica que houve segregação no “stand” de plantas, o que já era esperado. Para o acesso Cítrico o coeficiente de variação para altura final foi de apenas 8,77, indicando pouca segregação neste item para o acesso.
O florescimento das plantas teve início na quarta semana após o transplante (48 dias da emergência) para o acesso cítrico e na sexta semana após o transplante, (62 dias após a emergência) para o acesso anão, o que indica que este acesso tem ciclo relativamente mais longo. Os dois acessos são anuais. A planta única deixada no vaso servirá para se obter mais dados fenológicos, tais como senescência e produção de sementes. Observaram-se 20% de falhas de stand do acesso anão (6/24 plantas), metade por morte e metade por exclusão de plantas altas (atípicas), neste caso indicando que o material está segregando, acrescendo-se de que se trata também de material genético pouco resistente à murcha. Não houve falhas no stand do acesso cítrico. A biomassa média da parte aérea das plantas foi, respectivamente de 30,8 g, para o acesso Anão e 48,1 g para o Cítrico com, respectivamente 32,67% e 36,84% de coeficiente de variação.
Figura 2. Taxa média diária de crescimento (cm/dia) de dois acessos de O. basilicum cultivados em vasos, em estufa. As medições tiveram início no transplante e findaram com o pleno florescimento. A linha cheia identifica o acesso Anão e a linha interrompida identifica o acesso Cítrico.
Observando-se a figura 2 percebe-se que entre a terceira e a sexta semanas de medições estabeleceu-se a queda muito forte na taxa média de crescimento diário do acesso Cítrico (de 1,75 cm/dia para 0,6), a qual era alta desde o transplante. Isso sugere que o acesso é altamente precoce. No acesso anão houve uma aparente queda da taxa diária média de crescimento logo após o transplante, ou seja, na segunda e terceiras semanas de medições, para depois se constatar um súbito aumento. Para o acesso anão, entre a sexta e sétima semanas, a taxa de crescimento que, a partir do início das medições fora de, no máximo 0,6 cm por dia caiu para 0,3 cm/dia, coincidindo com o período de pleno florescimento de todas as plantas.A média final da altura do acesso Anão foi 24,27cm, enquanto a do acesso Cítrico foi 62,7 cm. O peso médio das plantas do acesso Anão foi 30,8 g. O peso médio das plantas do acesso Cítrico foi 48,1 g. A correlação entre altura e peso é apenas aparente. De fato a biomassa relativa do acesso Anão é maior
Referência:
SILVA, J. P. L. & FERREIRA, M. B. F. Curva de crescimento e produção de biomassa em acessos de Ocimum basilicum. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília; 2008, 24 p. monografia de graduação.
Orientador: Jean Kleber de Abreu Mattos