sábado, 30 de agosto de 2008

CURVA DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE DOIS ACESSOS DE OCIMUM BASILICUM

Por
Jefferson Piccini de Lima Silva
Marllon Borges Fonseca Ferreira

O objetivo do presente trabalho foi comparar a taxa de crescimento e a produção de biomassa de dois acessos de O. basilicum, tipos Anão e Cítrico, em vasos, em condições de estufa. O experimento foi realizado durante o período de 27 de setembro e 16 de novembro de 2007 na Estação Experimental de Biologia da Universidade de Brasília. Para tal, foi instalado um delineamento inteiramente casualizado, com dez repetições para cada acesso, utilizando duas plantas por vaso de 4 L com solo de cultura, totalizando vinte plantas por acesso. Foi mensurada semanalmente a altura e, ao final do ensaio, época da floração, a biomassa fresca. A floração de cada planta o que e deu aos 48 dias após a emergência para o acesso Cítrico e 62 dias para o acesso Anão. Os dois acessos mostraram sinais de boa adaptação em cultivo protegido em vasos. No acesso Anão houve 20% de falhas no “stand” o que não foi observado no acesso cítrico. O acesso Cítrico apresentou precocidade e maior produção de biomassa que o acesso Anão.
Os resultados do presente ensaio podem ser visualizados nas figuras 1 e 2 que apresentam as curvas: de crescimento e a variação da taxa média diária de crescimento dos dois acessos.


Figura 1. Curva de crescimento (cm) de dois acessos de O. basilicum cultivados em vasos, em estufa. As medições tiveram início no transplante e findaram com o pleno florescimento. A linha cheia identifica o acesso Cítrico e a linha interrompida identifica o acesso Anão.

Observando-se a curva de crescimento expressa na Figura 1, verifica-se que houve uma aceleração contínua do crescimento das plantas do tipo cítrico, enquanto anão manteve um ritmo aparentemente discreto de crescimento durante todo o período de observações.
Por volta da sexta semana no acesso cítrico, com as plantas já em pleno florescimento, observa-se uma tendência de desaceleração do crescimento, ocasião em que uma das duas plantas do vaso foi cortada para verificação da biomassa da parte aérea. O acesso anão mais tardio permitiu mais duas semanas de observações.
O coeficiente de variação da ultima medição da altura do acesso Anão foi de 22,78 %, o que indica que houve segregação no “stand” de plantas, o que já era esperado. Para o acesso Cítrico o coeficiente de variação para altura final foi de apenas 8,77, indicando pouca segregação neste item para o acesso.
O florescimento das plantas teve início na quarta semana após o transplante (48 dias da emergência) para o acesso cítrico e na sexta semana após o transplante, (62 dias após a emergência) para o acesso anão, o que indica que este acesso tem ciclo relativamente mais longo. Os dois acessos são anuais. A planta única deixada no vaso servirá para se obter mais dados fenológicos, tais como senescência e produção de sementes. Observaram-se 20% de falhas de stand do acesso anão (6/24 plantas), metade por morte e metade por exclusão de plantas altas (atípicas), neste caso indicando que o material está segregando, acrescendo-se de que se trata também de material genético pouco resistente à murcha. Não houve falhas no stand do acesso cítrico. A biomassa média da parte aérea das plantas foi, respectivamente de 30,8 g, para o acesso Anão e 48,1 g para o Cítrico com, respectivamente 32,67% e 36,84% de coeficiente de variação.


Figura 2. Taxa média diária de crescimento (cm/dia) de dois acessos de O. basilicum cultivados em vasos, em estufa. As medições tiveram início no transplante e findaram com o pleno florescimento. A linha cheia identifica o acesso Anão e a linha interrompida identifica o acesso Cítrico.

Observando-se a figura 2 percebe-se que entre a terceira e a sexta semanas de medições estabeleceu-se a queda muito forte na taxa média de crescimento diário do acesso Cítrico (de 1,75 cm/dia para 0,6), a qual era alta desde o transplante. Isso sugere que o acesso é altamente precoce. No acesso anão houve uma aparente queda da taxa diária média de crescimento logo após o transplante, ou seja, na segunda e terceiras semanas de medições, para depois se constatar um súbito aumento. Para o acesso anão, entre a sexta e sétima semanas, a taxa de crescimento que, a partir do início das medições fora de, no máximo 0,6 cm por dia caiu para 0,3 cm/dia, coincidindo com o período de pleno florescimento de todas as plantas.A média final da altura do acesso Anão foi 24,27cm, enquanto a do acesso Cítrico foi 62,7 cm. O peso médio das plantas do acesso Anão foi 30,8 g. O peso médio das plantas do acesso Cítrico foi 48,1 g. A correlação entre altura e peso é apenas aparente. De fato a biomassa relativa do acesso Anão é maior

Referência:

SILVA, J. P. L. & FERREIRA, M. B. F. Curva de crescimento e produção de biomassa em acessos de Ocimum basilicum. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília; 2008, 24 p. monografia de graduação.

Orientador: Jean Kleber de Abreu Mattos

Curvas de crescimento de acessos de Ocimum canum e Ocimum gratissimum em condição de estufa

Por
Pedro Ivo Aquino Leite Sala & Taunay Nunes de Freitas Junior

Grandes coleções do gênero Ocimum são mantidos em estufas e telados. Sua ampliação é obtida através da importação de novos acessos e propagação pelo cultivo via semente. O estudo teve como objetivo avaliar a curva de crescimento vegetativo e a produção de biomassa fresca de acessos de Ocimum canum e O. gratissimum. Para tal, foram utilizadas 20 plantas de cada espécie dispostas em 10 vasos (duas por vaso de 4 L com solo de cultura), e mantidas em estufa do tipo "glasshouse", com temperatura média de 26° C durante o período do experimento. Foi feita a primeira medição dos acessos no dia 27/09/2007, e a partir desse dia as medições foram realizadas semanalmente até o dia 13/12/2007, sempre tendo-se o cuidado de se fazer um rodízio de vasos. Ao início da maturação das sementes, metade das plantas de cada acesso foram retiradas e pesadas para a determinação da biomassa. Os dados foram passados para uma planilha digital obtendo-se os gráficos com as curvas de crescimento e biomassa. A técnica do desenho das curvas de crescimento dos acessos das espécies Ocimum canum e O. gratissimum realizada no presente ensaio possibilita a identificação de padrões de crescimento identificadores das características do ciclo da planta, bem como identifica cultivares de florescimento tardio. Analisando-se a Figura 1, observa-se que O. canum, a espécie anual, apresenta um acentuado crescimento a partir da segunda semana, onde ultrapassa momentaneamente em altura a espécie perene, O. gratissimum. O crescimento tende a estabilizar-se a partir da quinta semana, 35 dias após o transplante (D.A.T.), em plena florada. Na sétima semana (49 D.A.T.) cessa o crescimento e tem início a senilidade com o amadurecimento das sementes. As plantas foram deixadas a secar nos próprios vasos, enquanto O. gratissimum seguia crescendo, reduzindo a velocidade de crescimento a ainda na 14ª. semana, com 50% de florescimento no estande.
Figura 1. Curva de crescimento de dois acessos do gênero Ocimum.
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Os padrões de crescimento diferem, distinguindo o acesso anual do acesso perene, que neste caso somente perecerá em conseqüência do esgotamento das reservas do vaso. A média das alturas máximas atingidas pelas plantas ao final do ensaio (15 semanas) foram 38 cm para Ocimum canum e 65 cm para O. gratissimum, cabendo observar que, mesmo minimamente, O. gratissimum ainda seguia crescendo a uma taxa diária média de 0,47 cm por dia.
Figura 2. Taxa de crescimento diária de dois acessos do gênero Ocimum.
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A Figura 2 apresenta o gráfico da evolução da taxa de crescimento diário que foi máxima para O. canum na segunda semana após o transplante e máxima para O. gratissimum apenas da quinta à oitava semana, a partir da qual o crescimento passou a ser menos acelerado. Para O. canum, o crescimento cessou a partir da oitava semana, com o início da senilidade, muito embora a floração plena tenha se dado ainda na sétima semana.
Ao fim do ensaio, decorridas 15 semanas, O. canum apresentou uma altura média final de 37,62 cm com um coeficiente de variação de 7,62%. O. gratissimum apresentou uma altura média final de 65,2 cm com um coeficiente de variação de 12,39%
A biomassa média da parte aérea das plantas de O. canum foi de 25,7g, com um coeficiente de variação de 26,77%. Ocimum gratissimum, surpreendentemente apresentou uma biomassa média de apenas 24,6 g, com um coeficiente de variação de 24,10%. A biomassa aparentemente escassa de O. gratissimum pode se dever ao estresse causado pelas condições de estufa e vaso a uma planta perene arbustiva, tendo sido observada abscisão foliar durante o ensaio.

Referência:

Sala, P.I.A.L. & Freitas Junior, T.N. Curvas de crescimento de acessos de Ocimum canum e Ocimum gratissimum em condição de estufa. Monografia de Graduação do Curso de Engenharia Agronômica. Universidade de Brasília. Julho de 2008. 23 p.

Orientador: Jean Kleber de Abreu Mattos

Foto: Ocimum americanum L (= O. canum Sims) site commons.wikimedia.org/

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE DEZESSETE ACESSOS DE ERVA CIDREIRA (Lippia alba (MILL) N. E. BROWN) NO DISTRITO FEDERAL

Agronomic Evaluation of Seventeen Accesses of Lippia alba (MILL) N. E. BROWN in Federal District-Brazil.
Jannuzzi, H. (1); Mattos, J. K. A. (1); Vieira, R. F. (2); Silva, D. B. (2) & Gracindo, L. A. M. (2).

(1) Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, UNB, Brasília, DF; (hermes_bsb@yahoo.com.br); (2) Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF.

A erva-cidreira (L. alba) é uma espécie nativa utilizada como planta medicinal em todo Brasil. O citral é responsável pela ação sedativa da erva cidreira, e é um dos principais componentes do seu óleo essencial. Existe uma grande deficiência em estudos que considerem em conjunto os aspectos químicos e fitotécnicos da espécie com a identificação de quimiotipos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento agronômico, o teor e o rendimento de óleo essencial e de citral em 17 acessos de L. alba da coleção da Universidade de Brasília – UnB, no período de 19/02/2005 a 18/03/2006, em latossolo vermelho, no Distrito Federal. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições, contendo três plantas por parcela (12 m2 de área útil, correspondente a uma população de 2.500 plantas por hectare), com arranjo simples. Foram avaliadas as seguintes características: área foliar, comprimento da haste, produção de massa fresca na colheita (folhas e hastes), produção de massa foliar seca, teor de óleo essencial e de citral (% da massa seca), rendimento estimado de óleo essencial e de citral por hectare. Os acessos L41 (0,75%), L45 (0,66%) e L08 (0,62%) apresentaram os maiores teores de óleo essencial. Avaliando o rendimento estimado por hectare, destacou-se o acesso L45 (3,3 kg.ha-1), seguido dos acessos L47 (1,8 kg.ha-1), L41 (1,7 kg.ha-1), L34 (1,7 kg.ha-1) e L33 (1,6 kg.ha-1). Os acessos apresentaram teores de citral variando de 51,7% (L34) a 75,1% (L09), com média de 63,6% e predominância do isômero geranial (36,4%) sobre o neral (27,8%). Os acessos L45 (2,1 kg.ha-1), L41 (1,2 kg.ha-1), L33 (0,96 kg.ha-1) e L47 (0,95 kg.ha-1) apresentaram os maiores rendimentos estimados de citral por hectare. Três acessos apresentaram o quimiotipo Citral-Limoneno: L41 (56,5% - 19,9%), L08 (52,3% - 15,9%) e L45 (63,1% - 13,4%). Apenas o acesso L47 apresentou o quimiotipo Citral-Mirceno (51,9% - 14,4%). Os resultados alcançados evidenciam o potencial dos genótipos L45, L41, L33 e L47 como material genético para melhorar a qualidade da matéria prima de erva cidreira utilizada nos programas de fitoterapia no país ou em programas de melhoramento genético.

Apoio financeiro: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Programa Biodiversidade Brasil-Itália (PBBI).

Referência:
Jannuzzi, H. ; Mattos, J. K. A. ; Vieira, R. F. ; Silva, D. B. & Gracindo, L. A. M. AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE DEZESSETE ACESSOS DE ERVA CIDREIRA (Lippia alba (MILL) N. E. BROWN) NO DISTRITO FEDERAL.IV Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais Fortaleza-Ce - 07 a 09/11/2007. Resumo.
Foto: Lippia alba L.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

HOSPEDEIRAS DE MELOIDOGYNE JAVANICA NA FAMÍLIA LABIATAE: RECENTES RELATOS NO BRASIL

Hosts of Meloidogyne javanica in Labiatae family. New reports in Brazil.
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A família Labiatae destaca-se por sua contribuição à fitoterapia (F) à aromaterapia (A), aos condimentos (C) e ao paisagismo (P), disponibilizando dezenas de espécies. Há ainda as espécies invasoras (I), algumas reconhecidas como medicinais. Ensaios recentes realizados na Universidade de Brasília descrevem a reação de oito espécies, algumas emergentes no mercado brasileiro de fitoterápicos, em relação ao nematóide Meloidogyne javanica. Tratam-se de 3 ensaios em vasos, em ambiente de telado, com delineamento experimental inteiramente casualizado e oito repetições. As plantas foram inoculadas com 2.500 ovos cada. Quarenta dias após a inoculação anotou-se o índice de galhas e/ou o número de massas de ovos para avaliação da reação conforme escalas de Taylor & Sasser (1978) e Charchar & Moita (1996). No terceiro ensaio foi estabelecido também o Índice de Supressividade baseado no Índice de galhas de uma cultura teste (tomate Santa Cruz ‘Kadá”) cultivada sobre os restos culturais de cada espécie estudada. As médias dos índices foram comparadas pelo teste de Tukey. Foram altamente suscetíveis: Hyptis brevipes (I), Calamintha adscendens (A), Perilla ocymoides (C), Plectranthus nummularius (P) e Tetradenia riparia (A). Apresentaram reação de resistência: Ocimum micranthum (C), Marsypianthes chamaedrys (I/F) e Plectranthus neochilus. (F).
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Referência:
MATTOS, J. K. A. ; OLIVEIRA, Cinthya de Ávila ; MAGALHÃES, Graciane G ; ALMEIDA, Ana Carla L . Hospedeiras de Meloidogyne javanica na família Labiatae: recentes relatos no Brasil. In: XXXVII Congresso Brasileiro de Fitopatologia, 2004, Gramado RS. Fitopatologia Brasileira. Fortaleza Ceará : Sociedade Brasileira de Fitopatologia, 2004. v. 29. p. 45-45.

Foto: galhas radiculares causadas por Meloidogyne spp.

A PROPOSTA DO BLOG

Por
Jean Kleber Mattos

O presente blog tem como proposta de existência a publicação de trabalhos técnico-científicos relacionados a agronomia, biologia, ecologia e eventos culturais diversos, tais como aqueles relacionados ao cinema e à música.
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Serão publicados resumos de livros, trabalhos de pesquisa e apostilas, bem como textos de comunicação social entre pessoas interessadas especialmente em plantas medicinais e ornamentais, sem excluir assuntos outros da atualidade que sejam de relevante interesse.